No momento atual, sejamos realistas, não há menor condição política para que seja realizada, como alguns poucos pleiteiam, uma assembleia constituinte exclusiva.
E acredito que nem seja o caso. Por outro lado, é indiscutível a necessidade daquilo que está sendo denominada reforma política, cujo conceito ainda não foi delimitado, mas que passaria certamente por alterações na legislação eleitoral principalmente. E esta reforma, sim, é viável, é possível, e já tarda.
Modificações partidárias, alterações nos sistemas das candidaturas e no financiamentos delas são indispensáveis. Para mim, o plebiscito ajudaria bastante o encaminhamento delas para o Congresso.
Mas, percebe-se, será ingenuidade insistir na tese do plebiscito. Conservador como é este Congresso e mais conservador será o próximo, impossível o plebiscito. Os representantes do povo não desejam a participação popular, como se viu em votação recente, e como se ouve em declarações deles.
Assim, o caso será de muita negociação, muita mesma, até que desemboque em referendo popular. Na melhor das hipóteses.
Acautelemo-nos, entretanto, com as armadilhas, como o voto distrital puro, e pior, com a eleição a presidente da Câmara de deputado que nem mereceria ter sido eleito, para começar.