Reforma Política, por Luiz Octavio Vieira

Consta que Giordano Bruno ao ser posto na fogueira por heresia teria dito: “pobre de mim ter acreditar que aqueles que detinham o poder fossem reformá-lo”. Tal é o problema. Depois de séculos.

Todos dizem concordar que seja necessária a decantada reforma. Mas, cada um de nossos representantes deseja as alterações à conveniência dele.

E assim fica evidente a improdutividade dos trabalhos legislativos, como tantas vezes ocorreu, ou mesmo a sabotagem, como vimos logo após as manifestações de junho, quando a presidente voltou ao tema e os presidentes do Senado e da Câmara “mataram” a iniciativa.

Esta semana voltou à baila o voto facultativo. Como uma alteração isolada. Lógico que a não-obrigatoriedade atende os interesses de grupos. Como também atende a interesses de alguns o voto distrital.

Mas, se não houver uma construção orgânica, coerente entre as partes, corremos risco de uma colcha de retalhos, a demonstrar a certeza do ditado “pior a emenda que o soneto”.

Portanto, só acredito em uma reforma política elaborada por representantes eleitos exclusivamente para tal desiderato.

Não sou ingênuo. Não sou herege, mas penso como Giordano Bruno.

Nossa constituição está aí para provar.

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